domingo, 17 de março de 2024

DA TEOLOGIA SAGRADA, SEU OBJETO DE ESTUDO E SUA FINALIDADE ÚLTIMA PARA O CRISTÃO

 



O início de uma ciência está na delimitação de seu objeto, pois, no objeto é possível determinarmos os métodos mais eficazes para exaurirmos toda as informações possíveis dele. O cristianismo sempre se empenhou no conhecimento de Deus, de tal modo que, desde os pais da Igreja (que desenvolveram um conhecimento mais místico, pastoral e apologético da religião cristã) até nossos contemporâneos, fica claro nosso pressuposto de que Deus é o objeto do estudo que, já na patrística denominou-se teologia. Contudo, foi no século XIX que os teólogos, influenciados pela decadente filosofia moderna, especialmente das ideias de Immanuel Kant, começaram a questionar esse pressuposto que sendo abandonado com o tempo, resultou na decadência da própria ciência sagrada, com o advento do liberalismo.

DEFINIÇÃO DO TERMO

O debate em torno do assunto, que os escolásticos denominavam sujeito da disciplina, tem em vista a insatisfação moderna com a definição etimológica e histórica da palavra teologia, os antigos tinham por princípio aristotélico que, segundo as leis do método acurado, o uso e o verdadeiro sentido dos termos devem antes ser explicados, pois palavras são os tipos das coisas, devendo informar algumas coisas concernentes ao termo “teologia” antes de sua abordagem propriamente dita[1].

A origem do termo teologia na Antiguidade pagã

Etimologicamente, a palavra é composta pelos termos θεός (theos, Deus) e λόγος (logos, estudo ou discurso) que juntas significam “discurso de Deus”. Ao que parece, portanto, a teologia tem como sujeito de sua investigação, o Ser de Deus e todas as coisas em relação a ele. O termo passou a ser usado na história do pensamento humano para se referir a toda reflexão que tivesse a divindade como seu objeto. De acordo com Pannemberg, o termo designa o Logos que traz notícia a respeito da divindade em discurso e canto dos poetas (A República 379 a 5s.), neste caso, não se tratando de uma reflexão filosófica, mais uma descrição mitológica dos gregos da antiguidade[2]. Os pagãos da antiguidade desenvolveram as bases de suas religiões em histórias poéticas ou contos populares que se desenvolveram no seio das comunidades de sua nação, por exemplo, a mitologia grega que obteve forte influência do literato Homero mostra claramente que o homem é criativo na difusão de ideias, conceitos e enredos sobre a divindade, fragmentando-a em vários deuses, atribuindo a eles qualidades e defeitos humanos e suas atividades no mundo. Aristóteles, por sua vez, usa o termo para nomear a disciplina que hoje é mais conhecida como metafísica. Turretini diz que o Filósofo divide a filosofia teórica em três partes: física (physikên), matemática (mathêmatikên) e teológica (theologikên)[3].

O uso do termo no cristianismo primitivo

Após a ascensão de Cristo aos céus, os apóstolos comunicam e transmitem o ensino de Cristo, pregando o Evangelho e seguem como testemunhas fiéis de Jesus Cristo, e já nesse período, alguns fatores contribuíram para que os apóstolos se empenhassem na defesa do Evangelho, os judeus que se opuseram a pregação e buscaram combater os ensinos dos apóstolos (At 2.5-13; 4.1-4; 5.17-21; 7.54-60), o que desencadeou os discursos de Pedro, a defesa dele e João no Sinédrio, a prisão destes e o discurso de Estevão que causou a sua morte. Os que se convertiam ao Evangelho, tentavam introduzir os costumes judaicos, como impô-las aos gentios (At 15.1-5) e os apóstolos já alertavam sobre a existência de falsos mestres, crentes e profetas (Gl 1.6-9; Fp 3.17-19; 1Tm 4.1-5; 2Pe 1-22; 1Jo2.18-26; 4.1-6; 2Jo 7-11; Jd 3-4).

A partir do século II, com a morte dos apóstolos, os seus discípulos continuaram a resistir as heresias presente na Igreja, mas principalmente, contrastar as doutrinas do paganismo da época com a doutrina cristã, esses pais foram denominados de pais apologistas. O início da teologia, no período denominado patrístico, foi efeito dos ataques pagãos e judaicos às doutrinas cristãs, como também a existência de mestres falsos dentro da Igreja promovendo o erro e a mentira. Com efeito, a filosofia pagã foi a primeira opção a ser usada pelos Pais da Igreja para solidificar uma teologia cristã e, com a influência crescente do Cristianismo pelo número de conversões, a teologia se atrelou a filosofia grega, especialmente, a neoplatônica. Contudo, precisa-se ressaltar que o sujeito dos discursos patrísticos era, majoritariamente, sobre a pessoa de Cristo. Turretini dirá que João é enfaticamente intitulado de “teólogo”, visto que ousadamente asseverou a deidade do Verbo (tên tou logou theotêta, cf. Ap 1.2). Os demais pais aplicaram a Gregório de Nazianzo o título de “teólogo”, visto que ele demonstrou a divindade de Cristo em vários discursos. Por isso eles fazem certa distinção entre teologia (theologias) e economia (oikonomias). Com o primeiro termo designavam a doutrina da divindade de Cristo; com o segundo, a doutrina de sua encarnação. Theologein lêsoun é, para eles, o discurso sobre a divindade de Cristo (Eusébio, Ecclesiastical History 5.28 [FC 19:343; PG 20.512]; Basílio, o Grande, Adversus Eunomium 2 [PG 29.601]; Gregório de Nazianzo, Oration 31*.26, “On the Holy Spirit” [NPNF2, 7:326; PG 36.161] e Oration 38*.8, “On the Theophany” [NPNF2, 7:347; PG 36.320])[4].

AS INFLUÊNCIAS MODERNAS NA DELIMITAÇÃO DO OBEJTO DE ESTUDO DA TEOLOGIA

Todas as definições estavam, de certo modo, sendo conduzidos pela revelação divina, que toma como pressuposto a existência de Deus e a possibilidade de conhecê-lo. A revelação era o sustentáculo de todo o corpo de doutrinas existentes até então, e sendo uma ciência de natureza sobrenatural, era denominada a rainha das ciências. Com isto, a teologia não somente tinha uma finalidade em si mesma, como também um efeito marcante na vida dos estudantes de teologia, a saber, a piedade na qual devemos alcançar a fim de alcançar a Deus. O teólogo reformado Johannes Alsted em seu compêndio de teologia cristã, afirma que a teologia é a faculdade ou doutrina que torna o homem sábio e prudente para a salvação eterna[5]. Alsted não define a ciência pelo seu objeto, mas pela sua finalidade ao estudante, apontando claramente como que a revelação deve ser vista e investigada. Todavia, o surgimento do Iluminismo e a rejeição ao período escolástico configurou uma rejeição à metafísica, retirando Deus da ciência teológica como seu centro e tornando-o um Ser como um aspecto subjetivo ao homem religioso.

As novas bases epistemológicas da filosofia moderna

A epistemologia é um ramo filosófico que se preocupa em estudar a origem e natureza do conhecimento. De modo geral, o conhecimento era entendimento como a compreensão de uma realidade criada por Deus, experimentada pelo homem inicialmente, e aos poucos, essa mesma realidade era colocada dentro dos conceitos formais e abstratos desenvolvidos no intelecto humano, a lógica compreendia três operações dentro do próprio intelecto e fazia tanto da experiência quanto da razão, elementos formais e fundamentais para o conhecimento. Enquanto o período medieval consistia em dar a fé a devida razão de ser, conciliando-a com o intelecto humano, o período moderno foi a época de tensão entre a razão humana e o sentimento religioso. Essa tensão criou um dualismo entre os místicos (pietistas) e os racionalistas (iluministas). 

O iluminismo, encantado pelas novas descobertas científicas, decidiu acreditar que toda a realidade poderia ser entendido sem as luzes da religião, aliás, chamavam o período anterior de “era das trevas” por colocar a religião como elemento efetivo da ciência. O teólogo holandês Herman Bavinck explica dizendo que o iluminismo era um movimento que, virando suas costas a todo tipo de supranaturalismo, imagina encontrar neste mundo tudo aquilo que a ciência e religião, pensamento e vida, podem vir a se indagar[6]. Por outro lado, o pietismo foi uma resposta ao racionalismo iluminista presente na Europa, enfatizando a experiência e a devoção pessoal do crente, colocando este aspecto subjetivo como o centro de todo o conhecimento de Deus. Em suma, podemos afirmar justamente com Michael Horton que, o pietismo e o racionalismo conspiraram para tirar a ortodoxia de cena ao jogar a razão contra a fé, a doutrina contra a experiência prática e a moralidade, os meios de graça externos (a igreja e seu ministério formal da Palavra e do sacramento) contra a vida interior do cristão individual[7].

A força que mais contribuiu para a desconstrução da teologia sagrada foi Immanuel Kant. O primeiro obstáculo presente na filosofia kantiana consiste na sua epistemologia fenomenológica, onde não há uma real adequação do intelecto à coisa em si, mas apenas a apreensão humana da coisa enquanto percebível e manifestado ao homem. Kant nega a possibilidade de um conhecimento real das coisas, colocando todo o conhecimento humano à mera percepção dos fenômenos externos a eles. Dado que é transcendental toda pesquisa que não se ocupa dos objetos do conhecimento, mas dos modos de cognição, distintos da experiência, como também afirma que as percepções são matéria do conhecimento[8], Kant admite que ainda que seja possível um conhecimento intelectual, toda a base deste conhecimento está limitado à experiência sensível. O filósofo tomista Carlos Nougué, na primeira aula de sua escola diz:

Raciocinemos, se com Duns Scot pomos a vontade acima do intelecto, da inteligência. Se com o nominalismo a nossa inteligência já não faz aquilo para que ela é feita, ou seja, descobrir não as diferenças acidentais das galinhas, mas que todas elas são galináceas, têm a essência galinácea. Se não é para isso, o que nos resta? A dúvida metódica de Descartes. Primeiro o intelecto perdeu o trono, depois perdeu a razão de ser, ele tem de duvidar metodicamente. Alguém já disse com toda a razão que não há coisa mais infernal que duvidar metodicamente. Qual é o próximo passo? (Estou abreviando muito) É Kant. Já não conhecemos as coisas em si, apenas a casca das coisas, os fenômenos. E assim vamos até o fundo do poço, o fundo do abismo que é o pensamento atual. É neste ambiente de débâcle, de declínio da escolástica que surge a chamada ciência moderna.[9]

Portanto, a visão epistemológica de Kant já é produto de uma desconfiança da capacidade intelectual do homem de descobrir as coisas essencialmente, mas não somente isto, pois ela não somente é posta em dúvida como também, a partir desta desconfiança, é destronada de sua função de conhecer as coisas, senão por aquilo que é percebido na experiência sensível. As implicações desta decadente filosofia à teologia sagrada é devastadora, primeiro, pois torna o conhecimento de Deus impossível e a religião não se trata de uma relação entre Criador e criatura, mas apenas um efeito moral sobre os religiosos. Bavinck explica dizendo que esse filósofo chegou à conclusão de que o sobrenatural é inatingível para nós, seres humanos, pois nossa capacidade de conhecimento é vinculada às suas formas inatas e, portanto, limitada ao círculo da experiência[10]. Com isto, a moralidade e o sentimento religioso tornaram-se o ponto de partida e o objeto da teologia; os prolegômenos da filosofia religiosa cresceram em tamanho e influência em comparação com o conteúdo da teologia[11]. Kant baseou a teologia na moralidade e, com base na liberdade moral do homem, postulou a existência de Deus e a imortalidade[12].

A teologia liberal de Schleiermacher

O teólogo que mais recebeu influência da filosofia kantiana que foi Friedrich Schleiermacher. Sua teologia foi, em parte, uma tentativa de responder à crítica de Kant à religião, aceitando, ao mesmo tempo, a limitação que ele impunha sobre a razão[13]. O sentimento religioso é o ponto de partida da teologia, com a finalidade de oferecer uma teologia de natureza intuitiva. E embora ele tivesse uma oposição a filosofia iluminista, que fez com que a teologia seguisse uma proposta deísta, Schleiermacher também afirmava que a abordagem da ortodoxia levava a uma teologia autoritária que reprimia a criatividade humana e confundia os dogmas da igreja sobre Deus com o próprio Deus[14]. O foco era trabalhar as doutrinas cristãs fora dos ditames da ortodoxia e centralizar tudo no próprio ser humano, sendo o homem a referência primaz da teologia e, portanto, a sua experiência como o objeto do estudo teológico. Para Schleiermacher, a essência da religião encontra-se não nas provas racionais da existência de Deus, nos dogmas revelados de modo sobrenatural ou nos rituais e formalidades eclesiásticos, mas num elemento fundamental, distinto e integrativo da vida e da cultura humana[15].

Até o começo do século XIX era quase geral a prática de começar o estudo da dogmática com a doutrina de Deus, mas ocorreu uma mudança sob a influência de Schleiermacher, que procurou salvaguardar o caráter científico da teologia com a introdução de um novo método[16]. Uma vez que o ponto de partida da teologia parte da própria experiência humana, Deus é aquilo que é desfrutado por meio do sentimento e os dogmas são expressões subjetivas da consciência humana. Não se pode admitir uma objetividade na teologia liberal, pois o seu princípio não é eterno, mas temporal, não parte do criador, mas da Criatura. Consequentemente ela não depende da autoridade divina, mas está sujeita ao coração humano.

RESGATANDO OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA TEOLOGIA

Uma vez que se explicou as influências do período moderna na concepção da teologia cristã, resta-nos, diante desses sérios problemas, apontar algumas soluções, a saber: (1) Deus como o objeto de estudo; (2) a revelação divina como fonte do estudo; (3) a piedade como a finalidade do estudo.

Deus como objeto de estudo da teologia

 Deve-se ter como objeto da teologia aquilo cujo termo aponta para nossa investigação. Ora, a biologia não pode ser outra coisa senão o estudo da vida e dos seres vivos, nem mesmo antropologia ter outro objeto de estudo, senão o homem e assim por diante. Certamente pode haver exceções, todavia, é da natureza dos estudiosos de um determinado assunto denominar sua investigação pelo objeto em que suas pesquisas se centralizam. E com isto, não só denominam a ciência, como também se denominam como investigadores de um determinado assunto, sujeito, ou mais claramente, do objeto de estudo, por isso as derivações biólogos, antropólogos e, no caso da discussão, teólogos (ou divinos). Como diz o doutor Aquino, a doutrina sagrada, tudo é tratado sob a razão de Deus', ou porque se trata do próprio Deus ou de algo que a Ele se refere[17].

Deve ser, também, considerado a necessidade humana em conhecer a Deus. A ideia de um criador é auto evidente quando se parte do princípio de que a ordem das coisas se exige que haja um ordenador, como também efeitos possuem causa. Uma vez que esta noção do divino se faz presente em nós, imediatamente concluímos que se deve a este ser divino ao menos três atitudes primordiais: a reverência, a adoração e devida obediência. Mas de que modo isto seria possível se todo o estudo teológico parte da subjetividade humana? Não se nega o fato de que Deus é um ser superior e distinto de sua criação, transcendendo os limites de nosso ser e nos impõe terror tamanha pela sua infinitude e grandeza, razão pela qual nada mais nos vêm senão o ato de adorá-lo e engrandecê-lo, que logo, nos vemos, não por Ele, mas pela nossa própria consciência, advertidos a obedecê-lo. Todavia esse sentimento humano já pressupõe um conhecimento que homem possui de Deus e, portanto, a pessoalidade desse Deus Todo-Poderoso refuta a ideia do agnosticismo epistemológico de Kant, e consequentemente, esse efeito subjetivo que Schleiermacher toma por ponto de partida de sua teologia, por ter um conhecimento inato anterior como causa, não deve ser tomado como objeto de estudo da genuína teologia cristã.

A revelação divina como fonte do estudo teológico

O que deve ser observado é que a clareza com o qual Deus é apresentado na criação tem efeitos subjetivos na alma humana justamente por sua corrupção, que pelo pecado, negam o conhecimento de Deus, retiram dEle a sua glória e atribuem a criatura. Todavia, uma vez que o conceito de divindade é muito mais superior as especulações vazias dos seres humanos, concluímos que nenhuma religião será verdadeira se e somente se o seu conteúdo for divinamente revelado e expressamente concordante com a natureza do Deus que revelou. Se nós queremos conhecer Deus - pelo menos de uma maneira salvífica - ele deve condescender em se revelar em termos que possamos entender e aceitar pela sua graça. Portanto, essa abordagem é oposta ao racionalismo por um lado, e ao moralismo pós-kantiano e ao misticismo, por outro[18]. A antítese da religião verdadeira, portanto, é chamado de profanação, ou também, superstição. Uma vez que os deuses são falsos, a adoração e reverência a eles torna-se inútil e idólatra. A primeira, pois a direção em que é prestada a reverência e adoração é o vazio, o nada, o inexistente, o falso, já a segunda, pois todo esforço prestado à reverência e adoração não são dadas ao Deus Verdadeiro, mas ao deus que criaram no coração.

Não é à toa que Schleiermacher se viu forçado a negar o pecado original, a objetividade da religião e a própria natureza da revelação bíblica, pois quando se afirma a pecaminosidade humana, a existência de uma religião verdadeira e a revelação divina como fundamento desta religião, não há espaço para a experiência humana e o sentimento como pontos de partida da ciência teológica, embora ela exista realmente como efeito de causas que a antecedem, não como o ponto de partido propriamente dito. Com isto, o conceito de ortodoxia tem expressão significativa na piedade cristã, pois nenhum sentimento será o fator definitivo se a verdade expressamente revelada não a anteceder e gerá-la, se existe prazer mais requerido nas Escrituras como exercício da piedade é pela Palavra de Deus, seus ensinos e mandamentos.

A piedade como finalidade do estudo teológico

O princípio propedêutico da ciência sagrada em que somos obrigados a aderir consiste em admitir que nosso assunto, fonte e fim é o próprio Deus, o homem acabado é o princípio da teologia, pois ela é a ciência que ensina ao estudante “a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra” (2Tm 3.16). O texto aponta para três princípios: (1) o princípio da caridade, na qual o homem age com boas obras; (2) o princípio da natureza, onde, pela Palavra, ele é aperfeiçoado; (3) o princípio do pertencimento, onde, pelos princípios supracitados, ele é identificado como homem de Deus. Limitado à “lei moral interior” (a verdade universal mais certa, Kant observou), o evangelho apenas pode ser descartado como tola superstição. Contrário às nossas intuições distorcidas, o evangelho não incentiva a nossa conquista do céu por meio de luta intelectual, mística e moral[19]. Os acadêmicos são versados nas mais altas competências intelectuais do conhecimento humano, mas o doutorado da teologia consiste na vida devota, sincera e firmada na verdade de Deus, não intuída da subjetividade humana, mas proveniente da revelação divina.

CONCLUSÃO

Não é sem motivo que o liberalismo teológico é um câncer para a Igreja de Cristo, pois ele se nega a comer o verdadeiro alimento dado por Deus, para tornar o ego humano sua própria vitamina, morrendo miseravelmente em uma religião sem Deus, pois não o conhece, nem se relaciona com Ele, pois não é pessoal, não O agrada, pois desconhece a sua vontade. Tudo isto torna-se uma realidade quando ao nos denominar teólogos, somos levados a colocar o nosso coração como ponto de partida e não o ser de Deus e suas obras.


[1] TURRETINI, François. Compêndio de teologia apologética (Vol.1). São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2011 [pág. 39]

[2] PANNENBERG, Wolfhart. Teologia Sistemática (Vol. 1). Wolfhart Pannenberg; tradução: Ilson Kayser - Santo André; São Paulo: Editora Academia Cristã Ltda; Paulus, 2009 [pág. 25]

[3] TURRETINI, 2011 (Vol. 1, pág.40)

[4] TURRETINI, 2011 (Vol.1, pág. 40,41)

[5] ALSTED, Johann Heinrich. Compendium Theologicum, Exhibens Methodum SS Theologia Octo Partibus Absolutam, & Tribus Indicibus Instructam. Hanoviae: Sumptibus Conradi Eifridi, 1624 [pág. 2]

[6] BAVINCK, Herman. A filosofia da revelação. Douglas Wilson, tradução Fabrício Tavares de Moares – Brasília, DF: Editora Monergismo, 2016.

[7] HORTON, Michael. Doutrinas da fé cristã. Michael Horton; traduzido por João Paulo Thomaz de Aquino. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2016 [pág. 69]

[8] KANNAGIESZER, C. L. Compendio della storia della Filosofia. Torino, 1843 [pág. 230, 231]

[9] NOUGUÉ, Carlos. Transcrição da Escola Tomista, aula 1. [pág. 9, 10]

[10] Bavinck, Herman. Dogmática reformada (Vol. 1). traduzido por Vagner Barbosa. São Paulo: Cultura Cristã, 2012

[11] Ibid, pág. 61

[12] Ibid, pág. 66

[13] GRENZ, Stanley J.; OLSON, Roger E. A teologia do século 20, Deus e o mundo numa era de transição. Cultura Cristã, 2003 [pág.48]

[14] Ibid, pág. 49

[15] Ibid, pág. 49

[16] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Edição Kindle. Louis Berkhof; trad. por Odayr Olivetti. Campinas: Luz Para o Caminho, 1990. [pág. 28]

[17] AQUINO, Tomás. Suma Teológica. São Paulo: Loyola, 2001. (Sum. Theol. I, q.1, art.7)

[18] HORTON, 2016 [pág. 56]

[19] Ibid, pág. 58


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